Caçula-temporã dentre outras três irmãs, Loren tentava, de toda forma, se incorporar ao grupo das mais velhas. Queria participar de tudo que elas faziam mesmo sendo 12 anos mais nova. Era instigada pelo conhecimento mais avançado das jovens. Para entender o que as irmãs conversavam em inglês, Loren pediu para ter aulas desse idioma desde cedo. Com essa conjuntura familiar, a mais nova amadurecia de maneira mais veloz que as crianças de sua idade. Também se ocupava das mais diversas atividades com sua curiosidade e motivação para aprender.
A agenda cheia consistia em aulas canto e sapateado. O violão também fazia parte da rotina bem como o desenho. As línguas se apresentavam como agente mobilizador e o francês também se tornou parte de sua vida. Loren fazia aulas com sua irmã com quem partiu para o sul da França em uma viagem de dois meses para que ambas pudessem aprimorar o idioma. Ficaram na casa de uma família francesa, imersas na cultura local. Aos 14 anos, em Montpellier, Loren também experienciou sua primeira paixão.
No Brasil, as férias de família se alternavam entre Ibiúna, onde o pai tinha casa, e o interior de Minas Gerais, região de nascimento dos avós maternos. Em outra vivência internacional, a adolescente participou de um intercâmbio durante o ensino médio em Londres. A chegada foi um tanto difícil e Loren chorava de saudades de sua vida brasileira. Mas logo se acostumou à nova rotina e o estimulante ambiente de estudo com alunos de todo o mundo.
Na escola, Loren gostava de geografia. Ela se interessava pela geopolítica e o que estava acontecendo no mundo. Os filmes de guerra que assistia em casa alimentavam esse desejo por entender as configurações e justificativas que culminavam em batalhas. Mesmo bastante jovem, Loren já havia acumulado experiências internacionais e a fluência de outras línguas. O hábito da leitura também impulsionava sua trajetória.
Em paralelo, o interesse da mãe de Loren por psicanálise atiçava sua vontade de estudar psicologia. Quando os pais se separaram, Loren fez terapia para lidar com a divisão familiar. Com a crise pré-adolescente, retomou com esse recurso por vontade própria e a certeza que a ajudaria em seus processos internos. Na hora de prestar o vestibular, o pai influenciou Loren a não tentar psicologia por achar que não seria uma carreira promissora financeiramente. Seus outros interesses falaram mais alto para a escolha e iniciou seus estudos em relações internacionais.
Pensava em ser diplomata, mas não imaginava quão difícil era fazer esse percurso. Na graduação se deparava com o aprendizado em três esferas: indivíduo, Estado e relações internacionais. Loren acabava, na maioria das vezes, se interessando mais pelo primeiro. Ainda assim, começou uma vida profissional em relações internacionais em uma grande organização, a FIESP. Passou para a Endeavor, onde mudou o foco para o mundo dos negócios e fomento ao empreendedorismo.
Com seu interesse pelo indivíduo, Loren iniciou uma pós-graduação em neurociência do comportamento. Morava com sua irmã e já tinha uma vida independente dos pais. Porém, o interesse pela psicologia crescia dentro dela de forma imponente. Decidiu tomar um novo rumo e estudar psicologia. O pai, dessa vez, apoiou a decisão e deu todo o suporte financeiro para que Loren pudesse voltar a estudar. Isso fez com que ela voltasse para a casa da mãe.
Ao longo de sua vida, Loren teve que lidar com uma compulsão alimentar e variação de peso. Esse cenário impactava sua autoestima. Seu descontentamento levou Loren a um momento de dificuldade extrema. Em uma ocasião de crise, em uma atitude impulsiva, tentou terminar com sua vida ao consumir um alto número de medicamentos. Passou seis dias na UTI e sobreviveu, impressionando os médicos que consideravam a situação dela grave.
O acontecido se transformou em válvula motivacional para ajudar outras pessoas que passam por situações parecidas. Loren voluntaria no CVV, organização não governamental que atua na prevenção do suicídio. Seus estudos em psicologia caminham nessa direção e ela pretende se debruçar cada vez mais no assunto, se especializando nessa área. No futuro espera ter uma clínica que acolha e dê apoio emocional para quem precise com foco na preservação da vida.
A multiplicidade dos interesses dessa jovem ecoa por outros lados. O entusiasmo pela literatura fez surgir um clube de leitura que Loren organiza. A escrita também aparece em sua vida e o desejo de passar sua mensagem dessa forma. Redigiu um livro de ficção onde uma mulher deixa cartas para o filho que nunca teve. Já o envolvimento com projetos sociais esteve na vida de Loren desde pequena quando acompanhava a mãe a orfanatos. Essa jovem mulher agrega toda sua experiência de vida para potencializar sua jornada pessoal e profissional. O conjunto de atividades inspira Loren que se prepara para ajudar o máximo número de pessoas.